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Rouco, por Rannyson Mykael

Me ponho em evidência Não basta mais ficar calado Cada vez que internalizo Sinto meu peito ser mutilado


As palavras saem desajeitadas Percebo minha voz enfraquecer Mas assumo meu posto novamente Que fique claro: não quero morrer


Todo dia o jornal anuncia Mais alguém entrando nas estatísticas Questiono as autoridades que deveriam nos proteger Mas que parecem ocupados com outras logísticas


Historicamente invisibilizados Mortos, abandonados e torturados Tudo isso pela tentativa de ser publicamente E brandir o amor como nosso legado Condenados como aberração Até por aqueles que juraram amor incondicional Deixados como crias do mundo Forçados a desenvolver uma armadura emocional



Tanto mais a dizer Que nem todo tempo do mundo seria suficiente Se minhas palavras te alcançarem Saiba que você é, sim, Amado incondicionalmente (por mim)


Dá vontade de gritar Até ficar rouco Deixe que apontem o dedo E me chamem de louco


Por toda a vida já fui julgado Mais uma vez não seria novidade Que seja por um motivo em que acredito E que carece de visibilidade



Rannyson Mykael, taurino apaixonado por romances clichês, poesias e filmes de drama.







Este texto foi publicado originalmente no livro Nossas Cores: (RE)Configurando afetos e existências. Clique aqui para comprar.

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